quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Cansada da mesma mesmice, enxerguei bem ao fundo, aqueles olhos.
No momento deixei todos em segundo plano para desvendar aquelas duas bolas verde-água que estavam plantadas na minha frente.
Seus olhos estavam repletos de segredos e esbanjavam mistério. Nem mesmo um especialista em olhares poderia desvendar aquele enigma.
Já meus olhos estavam inutilmente vulneráveis, ele poderia viajar em meus pensamentos de menina inocente e secá-los com toda sua malícia quando quisesse.
Sua respiração era ofegante, mas num ritmo proporcional a minha. Suas pernas estavam trêmulas de uma maneira involuntária, como se ele não soubesse que a qualquer hora eu poderia ser dele.
Seus lábios eram extremamente desejáveis, mas nada podia ser mais desejável do que seus olhos.
Minha vontade de desvendá-los era imensa e quase incontrolável e ele sabia disso.
Então ele começou pela minha cabeça, passando por meus olhos e morrendo em meus lábios.

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