sábado, 2 de abril de 2011

A busca do infinito.

Hoje em dia tem gente que não sabe mais o que é beleza, valor e céu. O tempo passou e tudo foi ficando mais apressado, mais estressado e mais desesperado. Isso assusta. Assusta tanto que me sinto perdida e confusa nesse meio de fumaça, céu cinza e luto.

Vivo procurando o céu das 7 da manhã, a maçã verde e brilhante na fruteira, o chá de canela no frio, o casaco de tricô feito pela tia, o pastel da festa junina.

Vivo procurando o trabalho com prazer, o tempo para o cafézinho, para o cigarrinho, para o pãozinho com manteiga, para a minha música favorita, para o bom dia aos conhecidos, para a ligação a um amigo esquecido.

Vivo procurando a rua tranquila para andar, conversar, passear sem medo, sentar na sarjeta, fazer amarelinha no chão, perder a hora.

Vivo procurando a vizinha da frente que rega os vasos de flores em sua janela verde enquanto conversa sobre como suas netas estão crescendo.

Vivo procurando o namoro de portão, a serenata na janela, a hora para chegar em casa, o pai ciumento, o amor verdadeiro, o amor não correspondido, as juras mais belas, as palavras mais sinceras, o buque mais cheiroso, o sol mais brilhante, a nuvem que parece um dragão.

Vivo procurando a mulher com flor no cabelo, o homem de chapéu, a criança de laço na cabeça e o velhinho de bengala que senta no banco do parque só para pensar em como o tempo passa.

Vivo procurando a melodia bonita, a letra poética, o ídolo que vira herói, a ingenuidade da criança no adulo e a vontade de crescer da criança, a vontade de engolir o mundo dos jovens, a falta de medo, a identidade marcante.

Vivo procurando a estrada certa para viajar, a praia para tomar sol, as aventuras para viver, a noite estrelada para cair.

Vivo procurando aquele alguém para admirar a Lua junto, para dar a mão, para passar chantily no nariz, olhar o por do sol, rolar na grama e para me empurrar no balanço.

Vivo procurando as noites do pijama, as noites em claro, as noites mal dormidas, as noites calmas, as chuvosas, as que sonhamos e as que não sonhamos.

Vivo procurando domingos de manhã, cama desarrumada, café, lençol branco, o perfume que ficou no travesseiro.

Vivo procurando um pouco de mim em todo mundo, e um pouco de todo mundo em mim.

Procuro tudo que é bonito sem esforço, mas não encontro, e se não encontro é porque estão se esforçando muito para criar a beleza que não está nas 24 horas de trabalho corrido sem prazer, nas enxaquecas, na falta de gosto, de sentimento, e sim no coração e nos olhos de quem esquece a rotina, pelo menos por um segundo e observa o que realmente é belo.

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