sexta-feira, 29 de abril de 2011
segunda-feira, 25 de abril de 2011
segunda-feira, 18 de abril de 2011
quinta-feira, 14 de abril de 2011
sábado, 9 de abril de 2011
domingo, 3 de abril de 2011
sábado, 2 de abril de 2011
A busca do infinito.
Hoje em dia tem gente que não sabe mais o que é beleza, valor e céu. O tempo passou e tudo foi ficando mais apressado, mais estressado e mais desesperado. Isso assusta. Assusta tanto que me sinto perdida e confusa nesse meio de fumaça, céu cinza e luto.
Vivo procurando o céu das 7 da manhã, a maçã verde e brilhante na fruteira, o chá de canela no frio, o casaco de tricô feito pela tia, o pastel da festa junina.
Vivo procurando o trabalho com prazer, o tempo para o cafézinho, para o cigarrinho, para o pãozinho com manteiga, para a minha música favorita, para o bom dia aos conhecidos, para a ligação a um amigo esquecido.
Vivo procurando a rua tranquila para andar, conversar, passear sem medo, sentar na sarjeta, fazer amarelinha no chão, perder a hora.
Vivo procurando a vizinha da frente que rega os vasos de flores em sua janela verde enquanto conversa sobre como suas netas estão crescendo.
Vivo procurando o namoro de portão, a serenata na janela, a hora para chegar em casa, o pai ciumento, o amor verdadeiro, o amor não correspondido, as juras mais belas, as palavras mais sinceras, o buque mais cheiroso, o sol mais brilhante, a nuvem que parece um dragão.
Vivo procurando a mulher com flor no cabelo, o homem de chapéu, a criança de laço na cabeça e o velhinho de bengala que senta no banco do parque só para pensar em como o tempo passa.
Vivo procurando a melodia bonita, a letra poética, o ídolo que vira herói, a ingenuidade da criança no adulo e a vontade de crescer da criança, a vontade de engolir o mundo dos jovens, a falta de medo, a identidade marcante.
Vivo procurando a estrada certa para viajar, a praia para tomar sol, as aventuras para viver, a noite estrelada para cair.
Vivo procurando aquele alguém para admirar a Lua junto, para dar a mão, para passar chantily no nariz, olhar o por do sol, rolar na grama e para me empurrar no balanço.
Vivo procurando as noites do pijama, as noites em claro, as noites mal dormidas, as noites calmas, as chuvosas, as que sonhamos e as que não sonhamos.
Vivo procurando domingos de manhã, cama desarrumada, café, lençol branco, o perfume que ficou no travesseiro.
Vivo procurando um pouco de mim em todo mundo, e um pouco de todo mundo em mim.
Procuro tudo que é bonito sem esforço, mas não encontro, e se não encontro é porque estão se esforçando muito para criar a beleza que não está nas 24 horas de trabalho corrido sem prazer, nas enxaquecas, na falta de gosto, de sentimento, e sim no coração e nos olhos de quem esquece a rotina, pelo menos por um segundo e observa o que realmente é belo.