terça-feira, 25 de maio de 2010

D-e-s-c-r-e-v-e-r.

Há coisas que por mais misteriosas que sejam, se descobrirmos seus segredos, muitas vezes mais obscuros do que o fundo do oceano, perdem a graça.
Entendo a necessidade que todos, e inclusive eu, sentimos em querer descrever sentimentos, ou querer entender sentimentos, do mesmo modo que entendemos uma poesia, ou descrevemos um cabelo que brilha ao pôr-do-sol.
A graça desses sentimentos que nos atordoam todo o tempo, é simplesmente não ter seu significado exposto para qualquer ser-humano, pois não existe um significado, não existem palavras que descrevam seus anseios, vontades, desejos e necessidades.
Lembro-me muito bem de uma vez que li em uma revista já amarelada, uma entrevista que a sábia escritora Clarice Lispector realizou com outros sábios, e a pergunta era igual para todos: O que é o amor?
E ela obteve o seguinte diálogo com um dos entrevistados:
"C: O que é o amor?
E: Eu não sei, e você?
C: Também não.."
Acredito que a grande magia dos sentimentos esteja nessas entrelinhas mais do que perfeitas descritas pelo jornalista.

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