segunda-feira, 1 de março de 2010

Bolinhas de açúcar (ou de sal).

Um crepúsculo choroso incendiava meus olhos no fim daquela tarde.
O fogo do sol se pondo parecia o mesmo que tinha dissolvido minhas bolinhas açucaradas.
Ao invés de nascerem outras bolinhas de açúcar, nasceram de sal.
Não sabia de quem era a culpa, se era minha, ou do crepúsculo.
Depois que apareci com cinco perfeitas bolinhas de sal que, por acidente, nasceram, ninguém mais quis saber de mim, nem das bolinhas.
Chorei em mais de mil e um crepúsculos, com a esperança de que minhas bolinhas de açúcar voltassem a nascer..
Mas só vinha sal.
Passei então a conviver apenas com minhas cincos pequenas bolinhas salgadas, sem mais ninguém.

As pessoas gostam de açúcar.
Mas eu só tenho sal.
As pessoas não gostam de mim.

As pessoas tem açúcar.
Agora elas tem sal.
As pessoas não gostam delas.

O crepúsculo incendiante e fogoso ressucitou minhas pequenas açucaradas.
As pessoas gostam de mim.

Admito, sinto falta de quando tinha apenas minhas 5 pequeninas de sal.

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