Andei pensando coisas. O que é raro, dirão os irônicos. Mas não coisas geniais, nem inovadoras. Coisas óbvias, mas que pra mim foi uma grande descoberta para olhar o mundo de uma maneira mais solidária.
A minha geração é uma geração de pessoas solitárias, frias, céticas, falsas, desconfiadas...
As pessoas andam se drogando demais, bebendo, fumando, transando demais, vivendo na zona perigosa da vida, na qual se entra e é difícil de sair.
Se não fosse pela evolução absurda da tecnologia e da medicina - que é proporcional a decadência da mente dos jovens - as mortes seriam em grande número, e cada vez mais cedo.
Hoje vivemos em um mundo que as pessoas podem mudar totalmente todas suas características físicas, podem mudar de carro, de cidade, de roupa, de estilo, de amigos...só não mudam seu terrível sentimento de solidão, que cada dia vem tentando ser preenchido por coisas ilusórias, que infelizmente, não vão resolver nada, e ficam cada vez mais vazias.
Estamos na geração das pessoas possessivas, com pânico, doenças, psicoses...
Reclamam da vida, mudam, reclamam do mundo, mudam...sempre mudando, sempre tentando fugir de algo. E o que eles fogem são deles mesmos.
Não pensam em mudar seus hábitos, seus costumes, seus princípios. Acham que mudando coisas superficiais serão felizes pelo resto da vida.
Hoje vemos pessoas lindas, com ótimos amigos, ótima escola, condição financeira boa, estragando tudo o que poderia ser, e tentando se esconder atrás de comportamentos libertinos e supérfluos, para ganhar algo que nem existe.
O sentimento de solidão, pra mim, é um dos piores que alguém pode sentir. Sem lugar pra ir, sem ninguém pra confiar, sem nada.
Alguns pensam que sua salvação está em uma cápsula, em uma seringa, em pílulas..realmente uma pena.
Desse mundo, dessa nova filosofia de vida, se é que posso chamar de filosofia, só tenho a lamentar...lamentar pelos solitários, pelos perdidos, pelos confusos, por todas as vítimas desse grande espetáculo de solidão que se tornou a geração do século XXI.